Alfredo HoringArtigos

Artigo: Ação climática “seca” sobre a economia da região, por Alfredo Horing

Sobre o autor
  • Alfredo Horing, natural de Nova Ramada, é economista, especialista em Plano Diretor e possui MBA em Gerenciamento de Projetos.
[metaslider id="165178"]

Segundo publicação de Metsul Meteorologia em https://metsul.com/piorseca-no-mundo-hoje-e-da-argentina-uruguai-e-rio-grande-do-sul/ … a pior área do mundo sob risco de seca pelos índices de estado da vegetação neste mês de janeiro está concentrada entre Argentina, Uruguai e o Rio Grande do Sul. São três anos seguidos de seca na região e a falta de chuva se agravou ainda mais nos últimos meses com precipitações extremamente deficientes.

Com chuvas irregulares e baixos com baixos índices pluviométricos, a anomalia parece ter se instalado no cone sul com graves efeitos de desastre caracterizada por seca (déficits hídricos prolongados provocam grave desiquilíbrio hidrológico), atinge grande parte do Estado do Rio Grande do Sul, prejudicando o desenvolvimento da produção agrícola. As perdas já são irreversíveis na cultura do milho superior a 80%, com a produção variando de 10 a 30 sacas por hectare. A redução na produção de leite ultrapassa a 30% agravando-se a cada dia com a deterioração das pastagens e produção de silagem na alimentação do rebanho lácteo. Na soja as perdas são localizadas entre 30 a 50%. 

A agropecuária responde pela principal matriz econômica da região, efeitos da seca impactam o nível de encadeamento na economia a curto, médio e a longo prazo. A queda da renda e na circulação financeira retrai o nível de consumo no comércio, afeta o setor de serviços e as vendas de bens de consumos duráveis. O fato por si já é grave, mas aumenta com a sequência da ação climática por três anos, antecedido por uma crise sanitária pandêmica.

A forte relação da agropecuária na arrecadação do Estado (Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS), vai impactar fortemente a arrecadação para os Municípios. Valores repassados para 2023 são originários do índice que os municípios formaram em 2021, última safra positiva em termos de produtividade e com preços elevados, quando os estoques agrícolas foram comercializados pelos produtores e exportados. Já a frustração das safras de 22/23 vai implicar na queda na arrecadação em 24/25, agravando a situação dos cofres públicos, já que a baixa atividade econômica do país e a isenção de impostos está gerando retração nos repasses da União através do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Em janeiro a Secretaria do Tesouro Nacional já divulgou queda de 4,2% comparado com ano anterior. Lembrando sempre que as Prefeituras em maioria dos Municípios da região são a maior empresa.

Períodos de anomalias que afetam a economia são superados com planejamento e investimentos em geração de emprego e renda, importante é apertar os cintos para se manter na atividade.

Mostrar mais
Botão Voltar ao topo