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Artigo: Trigo ganha espaço no agronegócio brasileiro, por Alfredo Horing

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  • Alfredo Horing, natural de Nova Ramada, é economista, especialista em Plano Diretor e possui MBA em Gerenciamento de Projetos.
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O trigo é o segundo cereal mais cultivado no mundo, ficando atrás somente do milho, segundo o USDA – Departamento de Agricultura dos Estados Unidos da América a projeção para safra mundial de trigo em 2022/2023 é de 781,7 mil/t (milhões de toneladas). Em setembro o órgão estimava colheita de 783,92 mil/t. Em 2021/2022 a estimativa foi de 779,76 mil/ton. O consumo global em 2022/23 está estimado em 790,17 milhões de toneladas, contra 791,02 milhões de toneladas em setembro. Em 2021/22, o consumo global foi estimado em 794,15 milhões de toneladas.

Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento – CONAB a colheita brasileira deverá chegar em 9 mil/t, já a Associação Brasileira da Indústria do Trigo projeta dados mais otimistas com aposta de que deverá totalizar 10 mil/t.

O Estado do Rio Grande do Sul em 2022 está se consolidando como maior produtor de trigo nacional, com estimativa de 4,68 mil/t, que representa um volume de 32,5% acima da produção 2021. Com ajuda do clima a produtividade média tende a ultrapassar os 3.100 kg por hectare, se consolidando como uma super safra gaúcha e interessante para o agronegócio nacional.

Com tanto trigo chegando ao mercado, à preocupação do agricultor em apressar as vendas está provocando pressão sazonal de preços, jogando os preços para baixo. A estratégia Da indústria moageira é adquirir somente o necessário para suprir suas escalas. Já no mercado externo os preços se mantem ligeiramente pressionados cotados a US$ 8,06 na referência dezembro/22, e o motivo apontado pelos analistas é a decisão da Rússia em não fechar o corredor de grãos na Turquia, permitindo o comércio de grãos da Ucrânia. As últimas baixas ignoram os fundamentos do mercado que são de escassez no abastecimento mundial do cereal. 

Para suprir a demanda brasileira por trigo no mercado interno, estima-se (Consultoria StoneX) que o Brasil devera importar 6,2 mil/t, o que pode influenciar positivamente na tendência de preços. Dessa totalidade o Brasil terá que importar 83% de trigo Argentino, que passa por estiagem na região central do País e recentemente com perdas provocadas por geadas tardias no cone sul.  

Entre idas e vindas às exportações de trigo pelo Brasil estão previstas em 2,3 mil/ton, porém com as últimas valorizações do Real frente ao Dólar (pós-eleições), o trigo brasileiro no mercado internacional começa perder competitividade, que pode ser outro gargalo para a formação de preços no mercado interno.

 Difícil prever para que lado vá andar este mercado, no curto prazo preços baixista se dão pelo aceite do produtor em abrir mão de seu produto pelo preço ofertado pelo comprador. Porém a expectativa de melhores preços poderá ocorrer com o fortalecimento da exportação, para isso o Dólar deverá retomar seu valor sobre o Real e o produtor escalone suas vendas não pressionando ainda mais o mercado. 

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