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Artigo – Mercado financeiro receptivo aos resultados das urnas, por Alfredo Horing

Destaque
  • Alfredo Horing, natural de Nova Ramada, é economista, especialista em Plano Diretor e possui MBA em Gerenciamento de Projetos.

As eleições para Presidência da República disputadas neste domingo (02) foram
caracterizadas pela polarização política com concentração de votos em dois candidatos em
detrimento à baixa votação de outros, consolidando-se como fator marcante na política
brasileira.

O mercado financeiro reage positivamente com o segundo turno e com o crescimento
da extrema direita na composição no Congresso Nacional. Independente do resultado no
segundo turno ganhos políticos do Partido do Presidente da República (Partido Liberal) e seus
aliados assegura maior debate e um equilíbrio político na reestruturação do estado brasileiro.

Nesta segunda feira (03) após o resultado das urnas, a moeda nacional (Real) se
valorizava em mais de 4% frente ao Dólar Americano, melhor marca diária na economia
mundial. As ações das estatais, por conta do possível governo mais ao centro, foram destaque
entre as maiores altas por peso no Ibovespa – os papéis ordinários e preferencias da Petrobras
(PETR3;PETR4) subiram, respectivamente, 8,86% e 7,99%, os ordinários do Banco do Brasil
(BBAS3), 7,63%. Esse fator retrata o sentimento positivo no mercado financeiro que ocorre
com o equilíbrio entre forças politicas e a necessidade dos candidatos que disputam a corrida
eleitoral buscar apoio dos partidos moderados e conservadores.

Indo direto ao ponto, a probabilidade do novo presidente da república fazer um
governo muito à esquerda ou extremamente a direita ficou menor. As chances de termos um
presidente extremista caíram muito, a tendência é que tenhamos um governo que busque o
diálogo e articulações das forças ideológicas para priorizar a recuperação da economia,
emprego e renda. No campo social, as bandeias são unanimes em fortalecer políticas sociais
permanentes no combate as desigualdades sociais e a fome. As negociações já começaram
com os presidenciáveis buscando apoio para o segundo turno.

No primeiro turno as urnas revelaram um enfraquecimento na representatividade dos
partidos considerados de “centrão”, tradicionalmente conservadores. Com o segundo turno,
estes ganham fôlego e espaços para alianças na reta decisiva do pleito, bem como na base de
apoio do futuro governo.

O cenário continua favorável ao candidato que liderou a eleição no primeiro turno,
tarefa trabalhosa será virar o jogo e tirar a diferença de votos que asseguraram a liderança.
Mas as eleições foram mais apertadas do que o esperado, gerando novas expectativas no
mercado financeiro. A maior possibilidade de virada do jogo do atual presidente e reverter
votos e vir a ganhar a eleição com uma base de governo fortalecida acabam por impactar
positivamente a precificação dos ativos brasileiros bem como da moeda.

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