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Artigo – A vez do milho, preços em alta!, por Alfredo Horing

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  • Alfredo Horing, natural de Nova Ramada, é economista, especialista em Plano Diretor e possui MBA em Gerenciamento de Projetos.

O milho voltou a subir na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT sigla em Inglês) entre os dias 16 a 29 de agosto os preços literalmente explodiram, os contratos de dezembro que norteia a safra nova americana tiveram valorização de 12%, que coloca em 16 dólares de referência para saca de 60 kg.

A puxada de preço tem um motivo, nada por acaso. A temporada da safra 2022/23 no hemisfério norte não poderia ocorrer nenhum problema, pois deu. A seca que castiga a Europa, regiões da África, China e Estados Unidos da América (EUA), está levando embora a expectativa de restabelecimento dos estoques mundiais.

Os EUA maior produtor de milho do planeta, assiste o sol castigar duramente as suas fazendas de milho e as condições de lavouras em boas e excelentes caíram nesta semana para índices não vistos há 19 anos.  Dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos da América (USDA) divulgados no último dia 28 de agosto reportou que apenas 54% das áreas estão em condições boas e excelentes.

Quatro grandes países produtores de milho abastecem grande parte da demanda mundial, EUA, Argentina, Ucrânia e o Brasil. Os três primeiros enfrentam sérios problemas. Americanos enfrentam ação climática negativa, Argentinos uma séria crise agrícola e financeira sem precedentes não se sabe ao certo o tamanho do plantio e a Ucrânia em meio à guerra, também é atingida por seca. Só restando o Brasil para atender a demanda extra.

A exportação de milho do Brasil vai crescer em 2022 e 2023, a expectativa que seja usado estoques extra para abastecer o mercado interno e o exportador. A folga do abastecimento atual pôde transformar-se em arroxo já no final do ano.

A China segundo maior consumidor de milho do mundo, também enfrenta grave estiagem, e não há estoque de passagem para atender toda essa demanda. Nos EUA o USDA estima que a indústria processadora local necessite de 314,9 milhões/t, 171% acima de tudo que o Brasil produz em um ano 116,0 milhões/t.

Nações preocupadas no abastecimento de sua população estão saindo na frente nas compras garantindo o abastecimento de alimento para seu povo e a escalada de preços. Já nações pobres carentes de recursos são duplamente prejudicadas, pela seca que atinge seus campos e o preço do alimento em alta.

Uma quebra na produção de milho dos EUA, e pelo que tudo indica vai acontecer, põem em risco o abastecimento mundial, representando valorização para o cereal. Só preços mais altos limitam a demanda.

Ótima notícia para quem busca diversificação de renda na sua propriedade com o cultivo do milho. O clima colaborando poderá estabelecer uma boa margem de lucros

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