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Artigo – Alerta Máximo Com os Preços dos Produtos Agrícolas!, por Alfredo Horing

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  • Alfredo Horing, natural de Nova Ramada, é economista, especialista em Plano Diretor e possui MBA em Gerenciamento de Projetos.

Toda guerra pode ser caracterizada como uma essência do primitivismo humano, que resulta em mortes, sofrimento e fome. A arma mais letal de uma guerra é o alimento, na história registram-se inúmeros exemplos de civilizações que foram exterminadas pela fome.

Os ataques iniciados pela Rússia à Ucrânia em 17 de fevereiro de 2022 culminaram no conflito armado no Leste Europeu, como consequência aprofundou a crise mundial já castigada pela pandemia, agravado pelo colapso logístico do comércio internacional com uma disparada dos preços das commodities agrícolas e energéticas, fatores que puxaram os preços no mercado interno dos países, reduz o poder de compra dos consumidores e gera a inflação.

Na semana os mercados agrícolas especialmente do trigo e da soja reagiram forte com a paralisia do comércio internacional e de ofertas limitadas de grãos. O trigo em três semanas já atinge uma alta de 30% e a soja com nove sessões em alta na Bolsa de Mercadorias de Futuros de Chicago – CBOT, na madrugada desta segunda feita (22/05) chegou a ser cotada a US$ 37,92 (trinta e sete dólares e noventa e dois centavos) a um Dólar da máxima histórica de US$ 39,04 (trinta e nove dólares e quatro centavos) a saca vista lá em 2012. 

Graficamente as curvas da oferta e da demanda encontram-se chamado de ponto de equilíbrio, e ocorre pela ação da variável “preço”. Assim, quando a oferta é escassa os preços sobem até ás possibilidades do poder de compra das unidades familiares. Com o passar do tempo a inversão dos preços acontece, ou pela restrição da renda dos consumidores, ou pelo acréscimo das produções.

Com um breve apanhado da cartilha teórica, chamamos a atenção para a disparada dos preços dos produtos agrícolas e as ameaças que pode vir pela frente na formação das margens de lucro para quem produz o alimento, com os insumos nas alturas. Tem um ditado que diz “tudo que sobe um dia desce”.

A guerra trás ações sincronizadas, tanto no front de batalha como na diplomacia. A Rússia estrategicamente tenta tomar os principais portos da Ucrânia e com isso controlar uma parcela importante do comércio do País, lembrando que 30% do abastecimento de trigo mundial vêm da Rússia e Ucrânia, os dois países são grandes exportadores de milho e outros cereais detêm ainda 59% da exportação de óleo de girassol do planeta e uma grande fatia do fornecimento de combustíveis. Wladimir Putin tem nas mãos a mais potente arma para forçar negociações com o ocidente, impondo suas condições para abastecer o mundo.

O alerta máximo com os preços dos grãos agrícolas vem desse fato. Podemos até assegurar que os preços continuassem a escalada crescente pela ação da oferta escassa, todavia precisamos estar atentos a fatos novos que possam mudar o humor dos investidores os levando para a ponta vendedora, como um acordo comercial da Rússia com países que declararam embargos comerciais a ela, ou ainda um cessar fogo com a Ucrânia.

A qualquer possibilidade de isso ocorrer os preços das Commodities Agrícolas tendem a cair, tirando o risco que a guerra impõe a logística do comércio internacional.   

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