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Artigo – Como explicar a crise da economia global, por Alfredo Horing

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  • Alfredo Horing, natural de Nova Ramada, é economista, especialista em Plano Diretor e possui MBA em Gerenciamento de Projetos.

Para discutir a crise que atinge a economia global precisamos voltar no tempo e entender os motivos que agravaram à situação presente e as indefinições estruturantes para a saída do ciclo virtuoso.

Em meados de 2019, no auge da crise comercial entre a China e os Estados Unidos da América, indicies macroeconômico já apontavam para um possível período de crescimento lento para a economia mundial com uma característica de desaceleração sincronizada e forte deterioração da atividade industrial transformadora e do comércio mundial, com tarifas mais altas e uma incerteza econômica prolongada, interfere os investimentos e na demanda por bens de capital.

Previsões apontavam para a retomada do crescimento mundial no ano subsequente (2020), porém o efeito apocalíptico da pandemia do Covid-19 nocauteou a fragilizada economia mundial. A paralisação parcial da produção de setores importantes na produção de bens e serviços e o desemprego originaram a estagnação econômica em diversos países. Importantes setores da economia foram forçados a paralisar suas atividades ou pelo apelo do isolamento social ou por falta de matérias primas, interromperam a produção de bens e serviços essenciais para manter a economia em pleno emprego (exceto o setor agrícola).

Com a descoordenação da ordem econômica mundial, coube aos bancos centrais à injeção de grandes e volutuosos recursos orçamentários de governo para ações no combate a pandemia e reestruturar o consumo de bens e serviços através de politicas assistencialistas emergenciais.

Os recursos escassos usados pelos governos através de captação financeira a custo de mercado geraram enormes déficits orçamentários e endividamento público. Para piorar, a baixa atividade produtiva não suportava o crescimento do consumo de alimentos por conta dos auxílios financeiros. Outro fato relevante vem da ação climática global com seguidas frustrações de safras agrícolas tanto no hemisfério norte em 2020 e no hemisfério sul em 2021, puxando para cima os preços das commodities agrícolas e uma corrida global por insumos para ampliação dos campos de plantio.

No combate da inflação os Bancos Centrais alinharam politicas macroeconômicas no combate à inflação através de aumentos das taxas de juros. A medida encontrada faz crescer o pagamento de juros da divida pública dos governos, limita o crédito aos consumidores e desestimula novos investimentos no setor produtivo a ponto de se torem negativos. Por outro lado à inflação melhora a situação fiscal dos governos com o crescimento da arrecadação de impostos.

O fator geopolítico que gera caos logístico mundial e colabora para a crise econômica mundial vem do conflito entre Rússia e Ucrânia. Os países são importantes para o comércio mundial, os efeitos já são factíveis pelos recentes desequilíbrios observados no fornecimento de petróleo e derivados, produtos agrícolas (trigo, milho, óleo de girassol) e fertilizantes.

Ao certo a humanidade convive com uma crise estrutural que afetam a segurança alimentar (alimento) e o fornecimento energético (combustíveis), imprescindíveis para a retomada do crescimento econômico mundial.

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