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Artigo – Preços históricos da soja em Chicago, por Alfredo Horing

Destaque
  • Horing, natural de Nova Ramada, é economista, especialista em Plano Diretor e possui MBA em Gerenciamento de Projetos.

A Bolsa de Mercadorias de Chicago – CBOT em sua última sessão de abril registrou os melhores preços já vistos para a soja no mês com a cotação o Bushel (27,21 Kg) foi cotado a US$ 17,29 (dezessete dólares e vinte e nove centavos), e a saca de 60 Kg cotada a US$ 38,12 (trinta e oito dólares e doze centavos).

Os preços históricos da soja praticados em abril se sucederam ao movimento baixista ocorrido no final de março, quando a especulação cambial tirou em média R$ 30,00 (trinta reais) por saca do produtor brasileiro, mesmo assim foram comercializados mais de um milhão de toneladas, com apelo de análises conspirativas que sugeriam uma retração efetivada de preços da Commodity. 

Na última matéria alertávamos que os fundamentos deste mercado apontavam para cima, pois bem após a recuperação de preços é chegada a hora de avaliar o mercado e traçar sua estratégia. O risco que o mercado oferece neste momento é expressivo e o relatório de oferta e demanda mundial a ser reportado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) no próximo dia 12 de Maio poderá ser um fator relevante. 

  Não há como afirmar ao certo qual a tendência deste relatório, mas em época de economia global inflacionada não há de se esperar que o órgão jogue a toalha e admita uma crise global por alimentos, que poderia gerar uma corrida para as Commodities e naturalmente uma explosão de preços, ao contrário os dados poderão colocar um freio temporário nos preços.

Nesta segunda feira (02), quando fazíamos esta análise os preços da soja caiam forte em Chicago, porém a recente recuperação do dólar frente ao real, ainda garante bons preços no mercado a vista.

De concreto o risco de desabastecimento global parece real com os óleos comestíveis, fazendo com que a tonelada métrica do óleo de soja fosse comercializada em US$ 1.976 (um mil novecentos e setenta e seis dólares americanos), o triplo do valor praticado há dois anos, porém não influenciando os preços do grão, fenômeno explicado pelo fraco desempenho do consumo do farelo da soja. 

No que pese a preços praticados no mercado a vista, cada produtor deverá analisar suas possibilidade de caixa e seus riscos.  Com a recente recuperação da taxa cambial caminhando para R$ 5,00 (cinco reais), bons negócios começam a aparecer e em tempos de taxas de juros em elevação “o pagamento das contas talvez sege uma boa estratégia”.

Já os preços a médio e longo prazo serão influenciados pelo mercado climático e muita especulação aos fatores de risco com a colheita americana da soja. Na demanda projeta-se uma redução das importações chinesas, todavia especula-se que seja pela falta de oferta do produto utilizando-se de seus estoques de passagem para o abastecimento. Em seguida o mercado vai trabalhar com os resultados finais da colheita no hemisfério norte e as intenções de plantio no hemisfério sul em especial na Argentina, Brasil e Paraguai. 

Até a entrada da safra de soja americana no mercado que ocorre a partir de setembro, cada grão do produto será disputado pelos compradores, e como já afirmávamos em outras oportunidades tudo que é raro é caro.

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