Artigo – Inflação de março e nosso bolso, por Alfredo Horing

- Alfredo Horing, natural de Nova Ramada, é economista, especialista em Plano Diretor e possui MBA em Gerenciamento de Projetos.
O IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo, que mede a inflação brasileira vem em alta e atinge 1,56% em março e mostra que a inflação segue acelerada no começo de abril. No acumulado em 12 meses, o IPCA saltou 11,30%, reforçando a tese de que a pressão inflacionária não deve ser dissipada tão facilmente e o Brasil, sinalizando ainda uma provável alta da taxa de juros para maio, elevando ainda mais o custo do dinheiro que circula na economia.
O índice divulgado não favorece em nada o crescimento da economia brasileira, ao passo que o poder de compra da massa salarial vem sendo reduzido a cada mês à medida que preços dos produtos básicos sobem.
Outro fator significativo a se analisar, que na economia chamados de fatores psicológicos vinculados a expectativa dos agentes econômicos. Refere-se à queda dos investimentos produtivos no país. Alessandra Ribeiro, sócia da Tendência Consultoria, está projetando queda de 4,2% nos investimentos produtivos, neste ano.
Vale ressaltar no que pairar dúvidas, que há sim um fluxo de entrada de investimento estrangeiro no país comemorado pela balança comercial e usado para defender a politica econômica, mas há de se salientar que esses investimentos buscam juros altos e ativos de empresas exportadoras de commodities, na Bolsa de Valores, principalmente. São investimentos de curto prazo que estão acontecendo pela situação global, agora com guerra na Ucrânia e inflação acelerada. Mas o momento é de muita incerteza e não para investimentos de longo prazo, que afirma Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados.
Aguardamos noticias positiva para a economia no segundo semestre. Os efeitos da queda cambial poderia na teoria segurar temporariamente o impacto sobre os preços. A queda dos futuros do petróleo operando a níveis de US$ 100,00 o barril, e com viés de queda a patamares anteriores a guerra, com aumento da produção e a entrada no mercado dos estoques de petróleo americano, podem repercutir nos preços finais dos combustíveis e por consequências o consumo dos produtos e serviços.
Na economia real, deixado de lado a expectativa do centro politico eleitoreiro, os juros no mercado futuro dispararam, com taxas médias acima de 20 pontos, depois que o Economista Roberto Campos Netos, Presidente do Banco Central do Brasil, reconheceu uma “surpresa grande” em alguns itens que formam o IPCA, para além da alta dos combustíveis já comuns – citou vestuários e alimentação… Impactando nosso bolso.