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Artigo – Superando a Crise e os Fatores Psicológicos , por Alfredo Horing

Destaque
  • Alfredo Horing, natural de Nova Ramada, é economista, especialista em Plano Diretor e possui MBA em Gerenciamento de Projetos.

A Crise de 1929 também conhecida como a “Grande Depressão” foi marcada por uma forte recessão econômica mundial do século passado. O evento marcou a decadência do liberalismo econômico e teve como principal causa à superprodução e especulação financeira.

O auge do desenvolvimento econômico mundial ocorre no século XIX, com o avanço da revolução industrial e da grande urbanização social. O pleno emprego e a geração de renda foram os pilares das riquezas das nações por dois séculos consecutivos. 

O fim do modelo econômico ocorre já em meados do século XX, gerando grandes traumas econômicos e depressivos na sociedade capitalista. Fatores psicológicos como a descrença, negativismo, medo e pânico são características clássicas de uma economia com altos índices de desemprego, estagnação econômica, especulação financeira, fome e colapso dos meios de produção. 

Eram comuns os casos de suicídios de empresários, acionistas e investidores em geral, que haviam perdido tudo o que possuíam durante a crise e também por parte de outros civis que haviam endividado e/ou não possuíam forma alguma de sustento devido ao fato de estarem desempregados.

Na época a teoria liberal e a marxista prevaleciam. Um novo modelo desenvolvido pelo Inglês John Maynard Keynes, denominada como teoria Keynesiana, trouxe a economia mundial aos seus eixos. A teoria defendia a intervenção estatal em áreas que as empresas privadas não podem ou não desejam atuar, oposição ao mercado financeiro especulativo, redução de taxas de juros, equilíbrio entre demanda e oferta, garantia do pleno emprego e a introdução de benefícios sociais para a população de baixa renda, a fim de garantir um sustento mínimo.

Já na virada do século XXI, a globalização financeira predominava o capitalista, o modelo altamente concentrador de riquezas, começava a apresentar sinais de esgotamento. E com ele alguns fatores justificam o agravamento da crise durante a pandemia causada pelo Covid-19.

A estagnação econômica, desemprego, inflação e a queda de renda da população mundial, reverteram a tendência de novos investimentos globais. As incertezas e a falta de garantias tiram bilhões de dólares em investimentos na economia mundial. No Brasil, a desconfiança sobre o futuro politico, agravamento da pandemia, gastos sem controle da máquina pública, e falta de uma política fiscal e crescimento consistente, são elencados como fatores que emperram o avanço da economia.

Ao certo não é possível afirmar em qual estágio da crise vivemos e nem quanto tempo esta permanecerá influenciando a economia mundial. Sabemos que a crise tem um grande impacto sobre a saúde mental do ser humano, porém é constatado que uma grande crise sempre representa uma nova oportunidade. 

Para Marco Callegaro, psicólogo e presidente da Associação de Psicologia Positiva da América Latina (APPAL), a adversidade deve ser encarada como um grande motor de mudanças. “Quando passamos por dificuldades construímos novas estruturas internas e nos tornamos mais fortes”, destaca o psicólogo. Segundo ele, a atividade física, o sono adequado e a alimentação equilibrada são três fatores que não podem ser deixados de lado nestes momentos estressantes.

Fatores econômicos corriqueiros da sociedade contemporânea moderna geram grandes inseguranças, ansiedades, estresses e até descréditos em melhora dos indicativos de desenvolvimento. O momento é de olhar para frente olhando também às experiências do passado e nelas buscar algumas respostas e ações para sair da crise, retomando o crescimento econômico, melhorando o bem estar e a saúde da sociedade.

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