COVID-19 atinge natalidade e Cartórios do Rio Grande do Sul registram o menor número de nascimentos em janeiro na história
Nove meses após o primeiro mês com a pandemia instalada no Brasil, casais optam por não ter filhos e número de registros de nascimentos atinge o menor patamar, desde 2002, ano em que se iniciou a série histórica
A pandemia do novo coronavírus não só deixou um rastro de mais de 11 mil mortos entre a população gaúcha, como também começa a causar impactos futuros, atingindo as taxas de natalidade no RS. Levantamento da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais do Rio Grande do Sul (Arpen/RS), com base nos registros de nascimentos realizados nos 419 Cartórios de Registro Civil existentes, mostra uma queda histórica de 14% nos nascimentos em janeiro de 2021, primeiro mês após o período normal de gestação, desde a chegada da COVID-19 no Brasil, em que os casais optaram por ter filhos ou não, já com a crise sanitária instalada no País.
Os dados constam no Portal da Transparência do Registro Civil (https://transparencia.registrocivil.org.br/), repositório de estatísticas dos atos praticados pelos Cartórios de Registro Civil do País, administrada pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil). Em janeiro deste ano, foram realizados 10.684 nascimentos, número 14,53%menor que o registrado em janeiro do ano passado, quando houve 12.501 registros. O número é ainda quase 15 pontos percentuais menor que a média histórica nacional do mês de janeiro desde 2002, que é de 0% ao ano, número que se repete quando se olha o período anual.
No Brasil, os números de nascimentos em janeiro também tiveram queda, chegando a 15,1%, com relação ao mesmo período de 2020. Foram registrados 207.901 nascimentos em janeiro de 2021, frente a 244.974 ocorridos no mesmo mês do ano anterior. Em âmbito nacional, a média histórica de variação do mês de janeiro também é de 0% ao ano, a mesma porcentagem de variação quando analisados os números do período anual.
“O impacto do novo Coronavírus na natalidade da população gaúcha já pode ser observada em janeiro, nove meses após o primeiro mês com a pandemia. Por mais que os casais passassem mais tempo juntos dentro de casa, talvez a preocupação com o futuro tenha sido fator determinante na ideia de ter um bebê”, explica o presidente da Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Rio Grande do Sul (Arpen/RS), Sidnei Hofer Birmann.
O número de nascimentos registrados em 2021 ainda pode vir a aumentar, assim como a variação da média anual, uma vez que os prazos para registros chegam a prever um intervalo de até 15 dias entre o nascimento e o lançamento do registro no Portal da Transparência. Além disso, alguns estados brasileiros expandiram o prazo legal para comunicação de registros em razão da situação de emergência causada pela COVID-19.
Sobre a Arpen/RS
A Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado do Rio Grande do Sul (Arpen/RS) é a entidade representativa dos 414 Cartórios de Registro Civil do Estado, presentes em todos os municípios, realizando os principais atos da vida de uma pessoa: nascimento, casamento e óbito. A Arpen/RS foi fundada em 24 de janeiro de 1998 e sua sede está localizada no Centro Histórico de Porto Alegre.