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IPVA 2020; Leite recua e imposto poderá ser parcelado

Governador Eduardo Leite comunicou a decisão em reunião com aliados nesta terça-feira no Palácio Piratini

O governador Eduardo Leite voltou atrás quanto ao calendário de pagamento do IPVA 2020 e, com isso, o contribuinte poderá optar por quitar o imposto de forma parcelada, mantendo o mesmo formato aplicado pela Secretaria da Fazenda em 2019. O calendário detalhado, contudo, ainda não foi divulgado.

A informação foi comunicada em reunião com deputados da base aliada na manhã desta terça-feira (5) no Palácio Piratini. Conforme relatos de participantes, os aliados chegaram ao local do encontro demonstrando insatisfação com as medidas do governo que haviam sido anunciadas sem comunicação prévia à base.

— Houve uma manifestação da base parlamentar, o governo reconhece e vai fazer a revisão — afirmou o líder do governo na Assembleia, deputado Frederico Antunes (PP-RS), logo após a conversa de Leite com os parlamentares da base.

Pesou para a decisão a repercussão negativa entre diferentes setores, desde o comércio até os contribuintes, incluindo o descontentamento de partidos aliados por não terem sido consultados sobre a definição sobre o pagamento em cota única, que havia sido anunciada ontem pelo secretário da Fazenda, Marco Aurélio Cardoso.

O líder da bancada do MDB na Assembleia Legislativa, deputado Fábio Branco, chegou a dizer nesta segunda-feira (4) que o término do parcelamento do IPVA revelava “total falta de conexão do governo com a realidade das finanças do povo gaúcho”. Ex líder do governo Sartori na Assembleia, o deputado Gabriel Souza (MDB) também havia engrossado o coro das críticas e chegou a dizer que o não parcelamento impactaria no aumento da inadimplência. “O tiro pode sair pela culatra”, escreveu no Twitter.

Repercussão no comércio

Em entrevista à Rádio Gaúcha nesta segunda-feira (4), o presidente do Sindilojas, Paulo Kruse, chegou a dizer que que a antecipação do calendário de pagamento do IPVA traria impacto negativo nas vendas de Natal no Rio Grande do Sul. Segundo Kruse, ao contrário do que ocorria em anos anteriores, os contribuintes precisariam usar recursos reservados para as compras de fim de ano para pagar o imposto estadual de uma só vez.

Kruse criticou o modo como o governo do Estado elaborou a medida anunciada pelo Secretário da Fazenda e a falta de diálogo com entidades do comércio. Disse que, para o Sindilojas, estender para fevereiro o calendário já surtiria algum efeito positivo nas vendas.

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