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Artigo – Jean Bertollo: O sofrimento sempre ensina?

Não acho que o sofrimento sempre ensine. Principalmente quando se trata de sofrimento relacionado a uma relação amorosa. A maior frustração humana talvez seja o desapontamento com os outros. O problema dos relacionamentos é que as brigas se tornam espirais negativas, padrões que se auto-alimentam.

Não é fácil mudar esses padrões destrutivos de comunicação nos relacionamentos, isso por que o ego se envolve fortemente e o orgulho se torna algo incrivelmente forte, fazendo com que os detalhes negativos sejam sempre sobressalentes, sejam sempre mais vistos e lembrados por mais tempo.

Experiências negativas de nós mesmos com nossas próprias furstrações são, em geral,  melhores usadas por nós do que experiências negativas com os outros. Por que os outros parecem nos ferir tanto?

Muitas vezes começamos uma conversa e o que era pra ser dito acaba não sendo, acabamos dizendo outra coisa, passando outra mensagem, fazendo a pessoa entender outra coisa. O problema que queríamos resolver não foi resolvido, e agora temos mais um outro problema somado à situação anterior. Imagine agora isso acontecendo por 20 anos, dia após dia.

Nossa falta de habilidade em expressarmos emoções, pensamentos, sentimentos, afetos e expectativas nos faz piorar o que já está ruim. Faz-nos odiar quem amamos, e faz as pessoas que nos amam acabar nos odiando.

Assertividade é uma possibilidade? Será que, sendo francos, honestos, e comunicando o que queremos realmente comunicar conseguiremos expressar o que precisa ser dito? E quem garante que o outro não se ofenderá mesmo com a mais clara, respeitosa e suave mensagem?

Qual é o modo, o momento, o tom de voz, o local e a forma correta para que possamos comunicar o que precisa ser comunicado sem piorar as coisas?

O que sabemos é que guardar nossas intenções, nos reprimir, às vezes é pior do que falar. Por outro lodo, às vezes é melhor não pôr lenha na fogueira, pois a pessoa está em chamas, literalmente.

É possível melhorar nossa forma de nos comunicarmos com os outros se esses outros não estão nem um pouco interessados a ampliar sua forma de resolução de conflitos? Vale a pena seguir tentando e insistindo na mudança do outro?

Acredito que as respostas são complexas, mas podemos dizer que sim, podemos melhorar mesmo que o outro não melhore, podemos tentar mudar as pessoas, mas não por meio de discursos, pressões, cobranças. Podemos fazer com que nossa própria mudança cause efeitos nos outros e inspirem as pessoas a melhorem. Quando nós mudamos, as pessoas notam. Elas notam e se sentem mal por que estão ainda no mesmo lugar, agindo do mesmo modo e cometendo os mesmos erros. Às vezes, investir na nossa mudança é a melhor forma de ajuda a mudar os outros.

Quando for conversar com alguém, e quando isso for uma conversa séria, uma resolução de problemas (chamaremos assim), saiba exatamente o que precisa ser dito, saiba exatamente como vai ser dito, saiba exatamente por que precisa ser dito.

Não comece uma discussão que pode reviver argumentos generalistas e vazios que só são lembrados para atacar a outra pessoa. Não dê espaço para que seu ego fique gigantesco e tentando diminuir a pessoa em troca da fugaz sensação de  se sentir certo.

Antes de falar qualquer coisa, analise se é você ou seu ego que está querendo falar, analise por que motivo isso precisa (ou se precisa) ser dito. Delete todas as mensagens que não estão incluídas no assunto que precisa ser resolvido. Tenha clareza da mensagem, do modo como vai ser dito, do local onde vai ser dito. Poupe-se e poupe as pessoas ao seu redor de sermões e de gente que vive chutando o balde, desacatando os outros. Ninguém gosta desse tipo de situação. Melhore sua comunicação com as pessoas, poupe-se de sofrer em demasia.

 

[our_team image=”//ajuricaba.com/wp-content/uploads/2019/01/Jean-Bertollo-sobre.jpg” email=” jeann1984@hotmail.com” phone=”(055) 9-9147-8099″  style=”vertical”]Jean Alessandro Bertollo nasceu em 1990, formou-se em Psicologia pela Unijuí em 2018, concurseiro e amante dos estudos. Interessado em comportamento humano, psicologia aplicada ao trabalho e gestão e aprimoramento pessoal, aprendizagem e cognição. Escreve semanalmente para Folha de Ajuricaba, Jornal Ramadense e Ajuricaba.com
//medium.com/psicologiadocotidiano[/our_team]

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