Estudantes do colégio Comendador se destacam em concursos de redação

O Colégio Comendador Soares de Barros de Ajuricaba teve, neste ano, cinco textos em destaque nos concursos de redação regional e estaduais. As alunas Janaína Corassa do 2º ano do Ensino Médio e Paola Pettenon Brivio do 8º ano do Ensino Fundamental, tiveram seus textos selecionados entre os 10 melhores de cada categoria, no 10º Concurso de Redação do Jornal da Manhã e Rotary Club de Ijuí, com o tema “Ética nas nossas escolhas cotidianas”. Rafaella Carlexo e Tamires Eduarda Bandeira do 2º ano do Ensino Médio, foram classificadas no 4º Concurso de Redações da URI – Santo Ângelo, com o tema “Música, dança e esporte: a tríade da inclusão social”, e, novamente, Paola Pettenon Brivio do 8º ano teve seu texto selecionado e publicado no 26º livro do Programa Crianças e Jovens do Rio Grande Escrevendo Histórias da SEDUC de Porto Alegre.
Os textos foram orientados pela professora de Língua Portuguesa, Valdete Mülhbeier, que sempre incentiva todos os alunos a participarem desses concursos. Após leitura, reflexão, escrita e reescrita, muitos textos foram pré-selecionados na escola e enviados para participarem das seleções finais.
A professora Valdete destaca a importância desse trabalho em sala de aula, e que além desses textos premiados, outros também foram enviados pela proeminência em muitos requisitos, dentre eles, a criatividade, visão crítica e a sensibilidade de cada aluno ao escrever. “É dessa forma que os estudantes se tornam escritores protagonistas de suas próprias histórias”.
Parabenizamos o Colégio Comendador, em especial à professora Valdete e às alunas Paola, Janaína, Rafaella e Tamires pelo destaque nos Concursos de Redação de 2018.
10º Concurso de Redação do Jornal da Manhã e Rotary Club de Ijuí – Tema: Ética nas nossas escolhas cotidianas.
- Paola Pettenon Brivio (turma 81): crônica, intitulada “Por mais anjos”.
- Janaína Corassa (turma 201): texto dissertativo-argumentativo, intitulado “Relações interpessoais nas escolhas cotidianas”.
4º Concurso de Redação da URI – Santo Ângelo – Tema: “Música, dança e esporte: a tríade da inclusão social:
- Rafaella Carlexo (turma 201): texto dissertativo-argumentativo, intitulado “Uma sociedade integrada e saudável”.
- Tamires Eduarda Bandeira (turma 201): texto dissertativo-argumentativo, intitulado “Inclusão social: um bem comum à sociedade”.
26º Programa Crianças e Jovens do Rio Grande Escrevendo Histórias: Tema: “Valorização da vida”.
- Paola Pettenon Brivio (turma 81): crônica intitulada: “A menina do batom vermelho”.
Textos orientados pela professora de Língua Portuguesa, Valdete Mülhbeier. Leia abaixo cada redação na íntegra.
Galeria de imagens
Redações que se destacaram
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[accordion_item title=”Por mais “anjos’’”]
Por mais “anjos’’
Era um sábado ensolarado, e eu estava sentada à sombra de uma árvore na praça, procurando algo que pudesse me inspirar para dar continuidade ao meu livro.
Afasto o olhar, por um breve momento, e avisto um jovem. Um jovem tentando atravessar a rua, ora ia, ora voltava. Mais um cadeirante, assim como eu.
Observei-o por um tempo e reparei na falta de ética dos motoristas e das pessoas que por ali também passavam. Ninguém parava para ajudá-lo, nem sei se ao menos o notavam. Ninguém parecia ligar, muito preocupados em chegar aos seus destinos, ou simplesmente por não se importarem em ajudar o próximo.
Percebo então, mais uma tentativa em avançar a faixa de segurança. Desta vez ele teria conseguido, se um buraco não o tivesse parado. Vejo que ele fica preso, não vai para frente, nem para trás. Avisto então, uma motocicleta vindo em alta velocidade, e o sentimento de não poder ajudá-lo me angustia.
Porém tudo é resolvido quando um ‘’anjo cai do céu’’. Uma menininha, que aparenta ter seus sete anos de idade, aproxima-se e dá um forte empurrão na cadeira o que, consequentemente, faz com que ela se mova do lugar.
O cadeirante parece não saber o que está acontecendo, mas sua expressão é de alívio. Eles atravessam em segurança, a motocicleta passa, e o cadeirante agradece a menininha com um grande sorriso e com os olhos cheios de esperança. Ela se despede, feliz por tê-lo ajudado e volta junto de sua mãe.
Esta cena vai ficar registrada na minha memória e nas páginas do meu livro, com esperança de que todos se tornem “anjos” nas suas escolhas e que possam assim, ajudarem-se mutuamente.
Paola Pettenon Brivio
Profª Valdete Mülhbeier
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[accordion_item title=”Relações interpessoais nas escolhas cotidianas”]
Relações interpessoais nas escolhas cotidianas
Após o fim do regime militar, promulgava-se na história brasileira a Constituição de 1988, com a promessa para o fim da sociedade autoritária: surgia a nova ética constitucional. Não obstante, três décadas depois, o caminho que estamos seguindo é contraditório a qualquer compromisso apresentado inicialmente. O cessar fogo nunca foi respeitado, muito menos aceito pela sociedade inserida num mar de intolerância, da qual fazemos parte.
Ser ético não é algo natural ao ser humano, pois brota do ato de pensar, agir e atuar corretamente. Todavia, nem sempre se escolhe o certo, muito menos se atua de tal forma. O princípio da situação se dá pelos costumes e valores recebidos através da família: formam-se a ética e a moral do indivíduo, a fim de prepará-lo para posteriormente tomar suas próprias decisões e saber fazê-las de maneira não prejudicial aos demais que estão ao redor.
Recorrer aos valores adquiridos antes de tomar uma decisão faz ressalva a três divergências da vida: o querer, o poder, e o dever. As escolhas estão presentes de forma direta em nosso cotidiano, essencialmente, a escolha pessoal, quando a prioridade apenas convém a si. Dessa forma, a ética se caracteriza de forma individualista, sem quaisquer preocupações com o mundo que os cerca. Nesse sentido, Paulo Freire cita que “a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”, sendo assim, ao intervir diretamente nas escolhas dos indivíduos, atua como influência nas decisões a serem tomadas.
Freire faz ressurgir a importância dos valores familiares para a mudança do indivíduo, afetando no decorrer da vida, toda a sociedade. Logo, no preâmbulo da Carta de Magna, artigo 5°, elenca-se os princípios, cuja ética se enquadra de maneira eficiente para o bom funcionamento do país. Oferecer formação educacional e exemplos de boa conduta favorecem a atitude moralmente corretas. A educação, em conjunto à família estruturam seres íntegros e responsáveis por suas escolhas, afinal ser ético é firmar compromisso com um futuro melhor.
Janaína Corassa
Profª Valdete Mülhbeier
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[accordion_item title=”Inclusão social: um bem comum à sociedade”]
Inclusão social: um bem comum à sociedade
Há muito tempo a exclusão tornou-se um problema social. Desde a Idade Média pessoas eram desprezadas por terem algum tipo de deficiência, ou até mesmo por serem pobres ou negras. Atualmente, isso ainda é notório, não obstante, atividades como a música, a dança e o esporte, são realizadas por instituições, principalmente com crianças e jovens, com o objetivo de suprir a desigualdade social e construir um mundo melhor e mais justo.
Muitos jovens, principalmente brasileiros, são expostos à criminalidade presente no mundo, e, consequentemente, são excluídos da sociedade. Todavia, há diversas alternativas que contribuem para que esses ocupem seu tempo, construindo conhecimento, e assim, tornando-se cidadãos íntegros. Muitos se destacam com um relevante potencial e conseguem mudar os traços que lhes foram deixados. Tanto o esporte, como a música e a dança, são práticas que auxiliam na inclusão social, como também, fortalecem os aspectos cognitivos, motores, artísticos e culturais.
Um exemplo de entidade que visa colaborar com o desenvolvimento integral de jovens e adultos, em situação de vulnerabilidade social, é a Fundação Beneficente Praia do Canto, localizada no Espírito Santo. Com foco em ações de caráter social, esportivo e educacional e sem fins lucrativos, a FBPC promove transformações na vida dessas pessoas e, principalmente, proporciona a integração social delas.
Medidas que visem colaborar ainda mais na inclusão social são de suma importância para um mundo com mais igualdade. Portanto, cabe ao governo incentivar a criação de entidades civis, como a FBPC, para que cidadãos que se encontram vulneráveis sejam ajudados. Também as escolas devem dar apoio e incentivo a essas crianças para que todo progresso alcançado não seja desestruturado. Bem como, a mídia deve ressaltar em seus programas o quanto as atividades esportivas podem proporcionar o seu envolvimento e, sobretudo, o bem comum da sociedade.
Tamires Eduarda Bandeira
Profª Valdete Mülhbeier
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[accordion_item title=”Uma sociedade integrada e saudável”]
Uma sociedade integrada e saudável
A prática de atividades como a dança, a música e os esportes têm uma função muito importante em uma sociedade desintegrada como a brasileira. Dentre tantos benefícios dessa tríade, a inclusão social e a melhora da saúde física e mental são as mais relevantes. Segundo a psicóloga, psicanalista e terapeuta Márcia Modesto, essas atividades integram e auxiliam no relacionamento interpessoal, combatem sentimentos de isolamento, solidão e depressão, sem distinção de sexo, raça e idade. Portanto, essas atividades devem ser mais incentivadas para que uma sociedade integrada e saudável seja alcançada.
Em primeiro lugar, a exclusão social ainda afeta grande parte da população. Dessa forma, é de extrema importância a sociabilidade existente nos meios esportivos e artísticos e a inclusão de todas as pessoas que devem pertencer à sociedade e usufruir dos direitos como cidadão. Assim, justifica-se que a inclusão social é de extrema importância para que as crianças e jovens se sintam aceitos e verdadeiramente parte do grupo social e cultural no qual estão inseridos.
Além disso, a saúde física e mental dos brasileiros é preocupante, tendo em vista o aumento do índice de doenças crônicas e distúrbios psicológicos. De acordo com a Associação Brasileira de Academias, essas modalidades passaram a ser prescritas por médicos para reduzir fatores de risco de doenças e até combater sentimentos de depressão, portanto, essas atividades devem ser incentivadas em todas as faixas etárias.
Destarte, visando uma sociedade mais saudável e unida é mister aumentar o incentivo às práticas de esporte, música e dança. As instituições escolares devem continuar estimulando a prática de torneios, festivais e apresentações, bem como o MEC manter horários de educação física e implantar a música e a dança na grade curricular, com profissionais qualificados, inclusive nas séries iniciais. Enfim, o desenvolvimento de políticas públicas e programas do governo são essenciais para o desenvolvimento dessas práticas e sobretudo, a conscientização de sua importância para uma vida melhor.
Rafaella Carlexo
Profª Valdete Mülhbeier
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[accordion_item title=”A Menina do Batom Vermelho”]
A Menina do Batom Vermelho
Trim, trim, trim… Avisa o relógio que está na hora de acordar e eu sabia que seria mais um dia de preocupação, pois ELA estaria lá.
Levantei, sem a menor vontade de a ir à escola. Vesti-me com uma roupa que qualquer pessoa dessa idade se vestiria: blusa, casaco, calça e tênis. Fiz um coque para meus cabelos longos e lisos não caírem sobre meu rosto e enfim tomei meu delicioso café da manhã: um tradicional café com leite, com pão e geleia.
Quando cheguei à escola o esperado aconteceu. Ela estava lá, a menina do batom vermelho. Tentando não demonstrar fraqueza nem desconforto, ergui a cabeça e olhei para um ponto fixo além dela, para evitar seus olhos. De nada adiantou. Quando passei por ela, veio logo me atormentando: “Olha lá a quatro olhos”. Ao que suas “servas” responderam: “É mais feia que um urubu”, disse uma. “Também, com esses óculos ridículos cobrindo metade do rosto”, falou outra. “Melhor assim, pelo menos não precisamos olhar para tantas crateras em seu rosto”, comentou a terceira.
Tudo isso foi demais, saí correndo em direção ao banheiro, com lágrimas embaçando meus óculos. Sentei no vaso, fechei a porta e fiquei lá chorando por alguns minutos. Depois saí e dei uma boa olhada no espelho… “Feia? Humm, talvez… Inteligente? Ah, com certeza, sim”. Então pensei: “É ruim não ser bonita, mas pior é ser ignorante igual àquelas meninas ricas e bobinhas”.
Saí do banheiro já um pouco melhor. Passei a aula inteira bem longe daquele “pesadelo” e suas “servas”. Quando chegou a hora de ir embora lembrei que o computador de casa estava estragado, então resolvi que iria pra casa tomar um banho e fazer um lanche, depois meu pai me traria de volta à escola, quando começasse o turno da noite, para eu fazer o trabalho no computador da biblioteca.
Quando terminei já eram 21horas e 30minutos, e estava morrendo de fome, então me aprecei em ir para casa. Liguei para meu pai e falei para ele me encontrar em frente ao restaurante.
Ao chegar no restaurante, algo me chamou a atenção, um rosto familiar… a menina do batom vermelho. Lá dentro, estava acontecendo uma festa, e a aniversariante era ela. Olhei em volta, “amigos” e mais “amigos”, então pensei: “Onde estariam seus pais? Em alguma viagem de negócios? Em casa?” Bom, essas perguntas ficaram no ar.
Então, ela sai na porta, para na minha frente e me olha com um ar de deboche, como quem quer dizer: “Você não foi convidada, querida!”. Porém, percebo que o olhar dela vacila, vejo que está olhando para além de mim. Olho para trás e vejo que meus pais acabaram de chegar de carro. Com um sorriso, papai abre o vidro e me chama: “Vamos filha, nosso jantar está pronto”. Antes de entrar no carro, dou uma última olhada pra trás e vejo que seu olhar não é mais de deboche e que seu sorriso não transmite felicidade, mas sim um ar de “Você tem sorte!”
Percebo então que eu poderia não ter muito dinheiro, nem ser tão bela, mas pelo menos eu tinha pais que estariam ali comigo sempre e percebi que eu era, afinal, uma garota de sorte e que aquela menina que debochava de mim, não passava de uma menininha frágil que precisava de atenção e carinho.
Paola Pettenon Brivio
Profª Valdete Mülhbeier
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